O que visto é também quem sou
Sempre acreditei que o ato de me vestir vai muito além da escolha de tecidos, cores ou modismos. Vestir, para mim, é um gesto íntimo de expressão, uma linguagem silenciosa que revela partes de quem sou — mesmo quando ainda estou descobrindo essas partes. Cada peça que coloco carrega uma intenção: conforto, força, elegância, liberdade. E em cada fase da minha vida, o vestir assumiu novos significados.
Na infância, era brincadeira e fantasia. Na juventude, um campo de experimentação, onde os tecidos quase sempre vinham carregados de insegurança e desejo de pertencimento. Com o tempo, aprendi que me vestir pode ser também um ato de autonomia — um modo de marcar presença no mundo, de ser ouvida mesmo em silêncio.
Vestir-se é, para muitas de nós, um jeito de cuidar do corpo, de se proteger, de se afirmar. É político, afetivo, simbólico. Quando escolho uma roupa que me representa, sinto minha postura mudar, minha voz se firmar, meu olhar se encontrar no espelho com mais nitidez.
A roupa que usamos fala com o mundo, mas primeiro fala conosco. Por isso, acredito que o vestir é uma forma de respeito — comigo mesma e com minha história. E é nessa conversa silenciosa entre corpo e tecido que, todos os dias, me reconheço um pouco mais.
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